Deputado Nikolas Ferreira critica mascote da conferência climática e é rebatido por Helder Barbalho

 Entenda a polêmica, o papel do Curupira e a relevância do evento internacional para o Brasil

Por Redação InFluxo Ambiental

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou a escolha do Curupira como mascote da COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será realizada em novembro deste ano, na cidade de Belém. Em meio à crítica, o governador do Pará Helder Barbalho (MDB) rebateu de forma firme e destacou a importância do personagem lendário para a cultura e o folclore do país.


Em meio à ironia de parlamentar conservador, personagem Curupira será o mascote da COP30.
Foto: Divulgação / COP30

Um mascote, uma crítica e uma resposta firme

A escolha do Curupira como mascote da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém do Pará, repercutiu nas redes sociais e na política brasileira. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), famoso pela sua postura conservadora e por polêmicas, ironizou a decisão do governo do Pará, afirmando que o Curupira se assemelhava a um "demônio da floresta" e questionando a seriedade da conferência ao adotar como mascote um personagem do folclore.


Deputado usa redes sociais para ironizar a escolha de Curupira como mascote da COP30
Foto: Divulgação / X


A fala teve uma forte reação. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) saiu em defesa da escolha e defesa da relevância cultural do personagem. Em suas redes sociais, Barbalho afirmou que o Curupira "representa a proteção da floresta e da biodiversidade", e que o deputado mineiro revela seu despreparo para discutir a cultura brasileira e o seu desrespeito a Amazônia. "Lamento que um deputado federal não conheça os valores do nosso povo e ataque um símbolo do nosso folclore", completa o governador.


A COP30: um evento decisivo para o futuro do planeta

A COP30 será realizada em novembro de 2025 em Belém, capital do estado do Pará, e constitui um marco histórico: é a primeira vez que a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas será realizada na região Amazônica. O evento congregará delegações de quase 200 países com o objetivo de promover o debate acerca de ações concretas para que se possa enfrentar e mitigar os efeitos gerados pelas mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que se promove um desenvolvimento sustentável. O Brasil, de forma particular a região amazônica, terá um papel central nos debates. A floresta Amazônica é reconhecida como um dos maiores reguladores de clima do planeta e, logo, sua preservação se revela fundamental para que se possa conter o aquecimento global. A escolha de Belém para sediar a COP30 expressa tal reconhecimento e sua importância no campo da agenda ambiental global — e também propicia visibilidade às culturas e aos povos que sobrevivem na Amazônia. Além disso, será uma oportunidade para que o Brasil reforce sua posição no cenário internacional, como liderança ambiental, após anos de críticas ao aumento do desmatamento e aos retrocessos na política ambiental. A COP30 poderá consolidar compromissos e parcerias com vistas à preservação da floresta, ao desenvolvimento de energias renováveis e à justiça climática.


Curupira: o protetor das florestas e da cultura brasileira

O Curupira é uma figura mítica do folclore brasileiro, de particular popularidade no Norte e no Nordeste. Retratado como um ser com cabelos vermelhos e pés virados para trás, o personagem é o responsável pela defesa da floresta, pelas pegadinhas que faz em caçadores que tratam os animais sem o devido respeito e pelos castigos que impõe àqueles que punem a natureza.

Histórica, sua origem remonta às tradições indígenas de um espírito da mata que mantinha o equilíbrio entre humanos e natureza. Ao longo da sua trajetória, a figura do Curupira assumiu outras formas, mas sempre permanece a mesma, ícone de resistência, de proteção e sabedoria ancestral. Ao escolhê-lo como mascote da COP30, o governo do Pará pretendeu valorizar a cultura local e reforçar a conexão entre o conhecimento tradicional e a luta ambiental contemporânea. A presença do Curupira em um evento global reforça também a importância de se ouvir as vozes da floresta e reconhecer que o cuidado com a natureza inclui também a valorização das raízes e da sabedoria popular.






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